Resenha | Cidade da Lua Crescente, de Sarah J. Maas

 

 

Cidade da Lua Crescente (Crescent City), de Sarah J. Maas

 

Livro: Cidade da Lua Crescente (Crescent City) 

Série: Casa de Terra e Sangue     

Autora: Sarah J. Maas   

Editora: Galera Record  

Sinopse: Neste primeiro volume, Casa de terra e sangue, conhecemos a história da semifeérica Bryce Quinlan, que busca vingança em um mundo de fantasia contemporâneo repleto de magia, perigo e romance abrasador. Bryce Quinlan tinha a vida perfeita – trabalhava duro o dia todo e festejava noite adentro -, até que um demônio assassina alguns de seus melhores amigos, deixando-a destruída e mudando sua vida para sempre. Sem entender como sobreviveu ao ataque da besta, a semifeérica tenta superar a perda, com o consolo de que o culpado por conjurar o demônio está atrás das grades. Mas quando os crimes recomeçam, dois anos depois e com as mesmas características, Bryce se vê no meio de uma investigação que pode ajudá-la a vingar a morte dos amigos. Hunt Athalar é um notório anjo caído, agora escravizado pelos arcanjos que um dia tentou derrubar. Suas habilidades brutais e força incrível foram definidas para alcançar um único objetivo: assassinar, sem perguntas, os inimigos do seu chefe. Mas com um demônio causando estragos na cidade, ele ofereceu um acordo irresistível: ajudar Bryce a encontrar o assassino, e sua liberdade estará ao seu alcance. Enquanto Bryce e Hunt se aprofundam nas entranhas da Cidade da Lua Crescente, eles descobrem um poder sombrio que ameaça tudo e todos que amam, e encontram um no outro uma paixão ardente, que teria o poder de libertar os dois, se eles apenas a aceitassem. ”

💥

O universo de fantasia é um dos pontos altos de Cidade da Lua Crescente, mas muito confuso no início do livro, tão confuso que ficou cansativo por causa do bombardeio de informação que são jogadas na cara do leitor. Apesar disso, as informações são necessárias para o contexto e para nos contextualizar! A sociedade construída é complexa, com divisões governamentais considerando as diversas classes de Vanir e o topo da pirâmide é ocupado pelos asteri. 

O poder será de quem der a vida pela cidade”

 Os Vanir são todas as criaturas que não são humanos, nascem com poder, magia, características peculiares sejam eles feéricos, anjos, metamorfos, bruxas, vampiros. Os humanos, como já se pode imaginar, estão na base da pirâmide, eles são cidadãos da Republica, podem ter riqueza, mas tem uma extensa desvantagem quanto aos Vanir. Abaixo de todos, temos os escravos que são propriedade da Republica.  

A Cidade da Lua Crescente, o palco da história, é governada por um arcanjo, dividida por seis distritos e cortada por sete portões que servem de ponto turístico. Bryce é uma mestiça, mãe humana e pai feérico, teimosa e de personalidade forte. Não tem papas na língua, muitas vezes irresponsável que abusa nas baladas e nas drogas. Ela e Danika, metamorfa e alfa da matilha dos demônios, nos presenteiam com uma amizade forte, uma ligação verdadeira que é sinônimo de um amor puro. Não tenho palavras para definir o quanto elas são incríveis e a relação bem construída.

“Por amor, tudo é possível”

A chave gira para Bryce quando seus amigos são brutalmente assassinados e ela se encontra sozinha, sem saber como seguir com o vazio que se estabelece dentro de si. A depressão é mais uma vez retratada nos livros de Sarah J. Maas, como algo sorrateiro que se instala nos corações machucados.

E quando os assassinatos voltam a acontecer, Bryce e Hunt, assassino particular do arcanjo, são envolvidos em uma investigação que vai mostrar que nem tudo é como imaginam. A história gira muitas vezes em círculos preguiçosos, como um bom romance investigativo, deixando a frustração correr solta sem desvendar os mistérios. Os suspeitos surgem e são descartados como peças de dominó.

“Procure onde dói mais. É onde as respostas sempre estão”

Somos apresentados a tantos personagens que é fácil se perder, mas vale a pena destacar alguns. Ruhn, príncipe herdeiro dos feéricos, por fora parece o típico badboy, mas por dentro tem um coração gigante. Não tem muitas ambições, além de proteger aqueles que ama. Ele e Bryce tem uma relação difícil, cheia de brigas e desavenças desnecessárias. Temos também Syrins e Lehabah que são puro amorzinho e os melhores personagens do livro inteiro!!! Quem discorda, devia ler de novo. 👀

Combo Cidade da Lua Crescente (Crescent City), de Sarah J. Maas
 
Hunt é um anjo poderoso que se tornou escravo depois de se rebelar contra a República, um sistema opressor e autoritário que finge dividir o poder, mas que mantém todos em rédeas curtas. Hunt pagou caro por sua indulgencia. A história dele com Bryce é desenvolvida de forma lenta, criando-se um vínculo com muito deboche, companheirismo e parceria. Não temos muitas cenas românticas, mas as poucas que tem, são tratadas de uma forma delicada e singular. 💘

“Quando machos se ajoelham entre minhas coxas, Athalar, em geral não fazem cara feia”

Um dos pontos fortes do livro é o retrato da independência feminina. Bryce passa o livro falando que não precisa de um macho forte e poderoso para cuidar dela, já que as mulheres são capazes de tudo e mais um pouco. Ela bate muito nessa tecla como um disco arranhado, mostra que não é uma boneca de porcelana e no final prova que não é mesmo. Quem tira onda é ela!

Todos as personagens femininas são fortes, não há uma que seja retratada de forma frágil e, particularmente, isso me agradou muito. Não vou negar! Hunt talvez tenha aprendido uma coisa ou duas por isso. Bryce talvez tenha compreendido outras também.

“Leal até a morte e além”

A classificação do livro é de +18 porque abusa das drogas, violência, termos pejorativos e insinuações sexuais. Não temos muitas cenas calientes, mas nada que surge é gratuito. Tudo teve um encaixe e, apesar de algumas coisas serem esperadas no final, outros enredos foram surpreendentes, principalmente, quando conhecemos o vilão. 👏👏👏👏👏👏

Apesar de um início lento e soterrado de informações, o final do livro de quase 900 páginas é MUITO rápido, cheia de reviravolta, com gente fazendo merda (QUERO NOVIDADE!) e acontecimentos a cada virada de página. Temos momentos de partir o coração, de tirar o fôlego e até de angustia.😭

“Meus amigos estão atrás de mim e não tenho medo”

Sarah J. Maas não decepciona com uma história cheio de pormenores, debates sobre um governo opressor e autoritário, escravidão, luto, depressão, suicídio e superação. A relação que teve mais destaque e foi explorada de forma CERTEIRA, foi a amizade verdadeira, provando que não é apenas de romance que surge boas histórias!

A sequência PROMETE, porque estou aqui ansiosa para que explorem a guerra travada entre a Republica e os humanos insatisfeitos com o desgoverno dos asteri; os personagens que tiveram pouco destaque e merecem um espacinho; a história em aberta dos mundos que existem além de Midgard e o passado da Republica, como foi formada e chegou a Era Vanir. Tem tanta coisa para descobrir...

“ Mate alguns inimigos e ganhe o dobro como recompensa” 

 

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Cidade da Lua Crescente (Crescent City), de Sarah J. Maas. Vila da Amizade - Padaria Artesanal.

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